por Luís Eduardo
“O tipo estão sempre nos dizendo algo o
tempo todo, sempre tem um significado”
A tipografia, no
design, é o processo de criação na composição de um texto, físico ou digitalmente. Assim como no design
gráfico em geral, o objetivo principal da tipografia é dar ordem
estrutural e forma à comunicação impressa, sendo scripto ou visual.
A diversos
tipos e diversas maneiras de emprega-las, é papel do designer saber qual melhor
tipografía para cada trabalho. Ás vezes têm trabalhos em que uma fonte
do genero “Stencil”
combina mais do que uma “Helvetica” e vice-versa.
A Helvetica foi desenvolvida em 1957 por Max Miedinger e Eduard Hoffman. A intenção original foi de criar uma fonte tão boa
que pudesse competir com a tipo Akzidenz-Grotesk, as
características almejadas foram de criar uma fonte sans-serif de criar um tipo claro, sem significados
culturais, de fácil legibilidade e que pudesse ser usado em diferentes tipos de
suporte: desde sinais de trânsito até impressos em papel.
Foi um
trabalho em conjunto, a helvetica não teria sido criada apenas por miedinger ou
apenas pelo hoffman, foi em co-operação em que hoffman verificava os desenhos
que miedinger desenvolveu e pedia as auterações, como também detalhava como
deveria ser a nova tipografia.
Originalmente
a “Helvetica” seria batizada de Neue Haas Grotesk, mas
como intuito de promover a tipo e comercializa-la no estados unidos, o chefe de
marketing da empresa ..... sugeriu “Helvetia” que em latim significa Suiça,
Hoffman foi contra, pois fugia do resultado almejado, sendo assim surge a
pergunta: “Então, por que não Helvetica?”. Sem objeções ela foi batizada como
Helvetica e se transformou no sucesse tipográfico para todos os designers e
tipógrafos.
Documentário
- Helvetica
Além de ter sido uma
bela referência na produção deste texto, recomendo que assistam o filme “
Helvetica” para maior esclarecimento e aprofundamento do assunto.
Segue o link para download do filme e da legenda:
<Filme>
Segue também um resumo aprofundado do filme para que
desejar uma prévia.
Resumo:
“O documentário “Helvetica” é uma produção
independente de Gary Hustwit que usa de análises e reflexões de diversos nomes
influentes do design mundial sobre a fonte de mesmo nome para abordar temáticas
como design, tipografia, comunicação e cultura visual. O curta foi lançado em
2007, ano que coincidiu com o aniversário de 50 anos da fonte modernista.
Logo no início do documentário o escritor Rick Poxnor demonstra que o contexto em que se deu a criação da Helvetica, o pós-guerra, diz muito sobre sua natureza. Naquele momento da história havia um sentimento de idealismo compartilhado por designers do mundo inteiro, sobretudo da Europa, de que o design seria uma ferramenta para ajudar na reconstrução da sociedade, atribuindo à atividade profissional uma grande responsabilidade social. Essa atmosfera modernista gerou a necessidade de fontes racionais, neutras, com alto grau de legibilidade, aplicáveis a todos os tipos materiais para comunicação e que tivessem o poder de informar de forma inteligível, clara e objetiva.
A partir dessa demanda, é criada na casa de fundição suiça Haas Type Foundry, a Helvetica, por Max Miedinger e Edüard Hoffmann, como uma proposta de releitura da não-serifada Akzidenz Grotesk. Daí derivou a primeira versão do nome da fonte, Neue Haas Grotesk (ou “nova Grotesk de Haas”), que logo se demonstrou inadequada tendo em vista a intenção de exportação para os EUA. A segunda proposta foi Helvetia (ou Suiça, em latim), que também não foi aprovada pois julgou-se absurdo nomear uma fonte com o nome de um país. Então, essa versão foi adaptada para Helvetica, pretendendo significar algo como “um tipo suiço”, o que acabou por inaugurar uma estética tipográfica comumente referida como “tipografia suiça”. No documentário, Rick Poxnor coloca a criação da fonte como o alicerce do idealismo vigente na época de sua concepção.
Helvetica é uma fonte com longevidade, fortemente marcada pelos esteriótipos “legibilidade” e “versatilidade”, o que despertou para cada período histórico um tipo de interpretação. No decorrer do documentário, os entrevistados expõem suas visões em relação à fonte, colocando em discussão sua importância histórica e questionando o status que lhe foi atribuido ao longo dos anos.
Em sua década de lançamento, os anos 60, Helvetica foi massivamente empregada em sistemas comunicação visual em cidades como Londres, Nova Iorque e Roterdã, além de identidades visuais de inúmeras empresas multinacionais ou não, o que potencializou a disseminação da fonte pelo mundo. No documentário, Leslie Savan explica o vasto emprego da Helvetica em logomarcas dizendo que “governos e corporações adoram a Helvetica porque elas a fazem parecer neutras e eficientes, ao mesmo tempo que a suavidade das letras as fazem parecer humanas”. Já nos anos 70 e 80, com a emergência do pós-modernismo, houve uma tendência entre os designers de buscar vitalidade e expressão para os projetos, mais a nível da subjetividade. Nesse contexto, Helvetica passou a conotar monotonia e inexpressividade, tanto devido ao emprego exaustivo da fonte nas mais diversas formas de comunicação visual ao longo dos anos anteriores quanto pelos próprios ideais que a deram origem. Segundo o designer David Carson, “só porque algo não é legível, não significa que não comunica, e mais importante, que não comunica a coisa certa”.
Entre os entrevistados notam-se dois posicionamentos: o clássico modernista, segundo o qual o significado do texto deve estar somente no conteúdo e não na fonte empregada para comunicá-lo, fazendo desta uma espécie de envólucro transparente para dar suporte a uma informação; e o que defende a escolha tipográfica como potencializadora do ato de informar, ou parte integrante da informação, e que afeta a maneira como ela é interpretada pelo leitor.
Do primeiro grupo fazem parte nomes como Massimo Vignelli, Wim Crouwel e Matthew Carter. “Fico satisfeito por ninguém nunca ter me pedido para propor uma nova versão de Helvetica, pois eu não saberia o que fazer”, disse Matthew Carter, criador da fonte Verdana.
Os que seguem o segundo posicionamento tem visões menos rígidas em relação à fonte. É unânime a visão de que Helvetica tem personalidade, seja ela oriunda de suas origens históricas ou dos significados nela aderidos a partir do uso a nível global. Uns a tem como um exemplo de fonte passível de informar uma infinidade de significados, como é o caso do designer Jonathan Hoefler, enquanto outros a vêem como uma fonte inexpressiva ou estandardizante, como o designer Erik Spiekermann. Há também aqueles que entendem que Helvetica, enquanto símbolo modernista, é um exemplo de exelência que também pode ser aproveitado no contexto pós-moderno, seja através de aplicações orientadas pela tradição ou por novas maneiras de explorar a fonte.”
Logo no início do documentário o escritor Rick Poxnor demonstra que o contexto em que se deu a criação da Helvetica, o pós-guerra, diz muito sobre sua natureza. Naquele momento da história havia um sentimento de idealismo compartilhado por designers do mundo inteiro, sobretudo da Europa, de que o design seria uma ferramenta para ajudar na reconstrução da sociedade, atribuindo à atividade profissional uma grande responsabilidade social. Essa atmosfera modernista gerou a necessidade de fontes racionais, neutras, com alto grau de legibilidade, aplicáveis a todos os tipos materiais para comunicação e que tivessem o poder de informar de forma inteligível, clara e objetiva.
A partir dessa demanda, é criada na casa de fundição suiça Haas Type Foundry, a Helvetica, por Max Miedinger e Edüard Hoffmann, como uma proposta de releitura da não-serifada Akzidenz Grotesk. Daí derivou a primeira versão do nome da fonte, Neue Haas Grotesk (ou “nova Grotesk de Haas”), que logo se demonstrou inadequada tendo em vista a intenção de exportação para os EUA. A segunda proposta foi Helvetia (ou Suiça, em latim), que também não foi aprovada pois julgou-se absurdo nomear uma fonte com o nome de um país. Então, essa versão foi adaptada para Helvetica, pretendendo significar algo como “um tipo suiço”, o que acabou por inaugurar uma estética tipográfica comumente referida como “tipografia suiça”. No documentário, Rick Poxnor coloca a criação da fonte como o alicerce do idealismo vigente na época de sua concepção.
Helvetica é uma fonte com longevidade, fortemente marcada pelos esteriótipos “legibilidade” e “versatilidade”, o que despertou para cada período histórico um tipo de interpretação. No decorrer do documentário, os entrevistados expõem suas visões em relação à fonte, colocando em discussão sua importância histórica e questionando o status que lhe foi atribuido ao longo dos anos.
Em sua década de lançamento, os anos 60, Helvetica foi massivamente empregada em sistemas comunicação visual em cidades como Londres, Nova Iorque e Roterdã, além de identidades visuais de inúmeras empresas multinacionais ou não, o que potencializou a disseminação da fonte pelo mundo. No documentário, Leslie Savan explica o vasto emprego da Helvetica em logomarcas dizendo que “governos e corporações adoram a Helvetica porque elas a fazem parecer neutras e eficientes, ao mesmo tempo que a suavidade das letras as fazem parecer humanas”. Já nos anos 70 e 80, com a emergência do pós-modernismo, houve uma tendência entre os designers de buscar vitalidade e expressão para os projetos, mais a nível da subjetividade. Nesse contexto, Helvetica passou a conotar monotonia e inexpressividade, tanto devido ao emprego exaustivo da fonte nas mais diversas formas de comunicação visual ao longo dos anos anteriores quanto pelos próprios ideais que a deram origem. Segundo o designer David Carson, “só porque algo não é legível, não significa que não comunica, e mais importante, que não comunica a coisa certa”.
Entre os entrevistados notam-se dois posicionamentos: o clássico modernista, segundo o qual o significado do texto deve estar somente no conteúdo e não na fonte empregada para comunicá-lo, fazendo desta uma espécie de envólucro transparente para dar suporte a uma informação; e o que defende a escolha tipográfica como potencializadora do ato de informar, ou parte integrante da informação, e que afeta a maneira como ela é interpretada pelo leitor.
Do primeiro grupo fazem parte nomes como Massimo Vignelli, Wim Crouwel e Matthew Carter. “Fico satisfeito por ninguém nunca ter me pedido para propor uma nova versão de Helvetica, pois eu não saberia o que fazer”, disse Matthew Carter, criador da fonte Verdana.
Os que seguem o segundo posicionamento tem visões menos rígidas em relação à fonte. É unânime a visão de que Helvetica tem personalidade, seja ela oriunda de suas origens históricas ou dos significados nela aderidos a partir do uso a nível global. Uns a tem como um exemplo de fonte passível de informar uma infinidade de significados, como é o caso do designer Jonathan Hoefler, enquanto outros a vêem como uma fonte inexpressiva ou estandardizante, como o designer Erik Spiekermann. Há também aqueles que entendem que Helvetica, enquanto símbolo modernista, é um exemplo de exelência que também pode ser aproveitado no contexto pós-moderno, seja através de aplicações orientadas pela tradição ou por novas maneiras de explorar a fonte.”
(Acessado em junho de 2013, http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Resenha-Filme-Helvetica/541703.html)
Muito bom. Parabéns. Pena q não aparece o link :(
ResponderExcluirPara baixar o filme
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