por Igor Marcelo da Silva
Introdução
Este trabalho vem trazes da
disciplina de Teoria do Design trazer aos conhecimentos dos alunos aspecto e
partes marcantes da historia do design tanto no meio profissional, estético,
como cultural e social. Seguindo estes preceitos decidimos falar sobre Tomás
Santa Rosa, Design gráfico que teve grande importância no cenário de livreiro
na era do modernismo editorial brasileiro. Santa Rosa homem oriundo da Paraíba
nascido em 1909, começo sua vida profissional trabalhando na contabilidade do
banco central do central primeiramente na sua terra natal, e mais tarde em
salvado e Maceió, e quando não estava trabalhando cantava e pintava para ocupar
suas horas vagas. Ele era um autodidata e se propunha a aprender sozinho sobre
noções básicas de literatura, artes plásticas, música e teatro, habilidades que
o permitiu ocupar, em meados da década de 1940, o importante e respeitado papel
de critico de arte. Ainda jovem Santa Rosa juntamente com outros muito
nordestinos de talento semelhante ao seu, embarcaram rumo à cidade do Rio de
Janeiro, onde em busca do primeiro trabalho retomava alguns contatos feitos
ainda no nordeste, onde fez exposições e conferências sobre a modernidade,
entre estes contatos alguns nomes que seriam destaques no cenário literário
brasileiro na década de 1930.
Santa Rosa Design gráfico, Produtor gráfico e designer de livros
Santa como era conhecido, era de uma
versatilidade impressionante, o que lhe beneficiou em sua completa imersão na
atmosfera artística carioca. Com a ajuda de seu amigo Brutus Pereira fundou em
1933 o grupo de teatro amador os comediantes, que lhe acompanhou pelo resto da
vida. Como pintor trabalho de assistente de Candido Portinari, que a época
estava no auge de sua carreira e estava preparando os murais para pavilhão
Brasileiro na exposição Mundial de Nova York. Santa Rosa ainda jovem
recém-chegado a cidade maravilhosa, encontra na ilustração de livros solução de
sua sobrevivência. Sendo assim de 1933 a 1935 fez sete trabalhos para as
editoras Schmidt e Ariel, editoras as quais publicavam obras fundamentais dos
modernistas da segunda geração. Alguns dos trabalhos para as editaras acima
citadas:
Primeira capa de Santa Rosa a
livraria Schmidt Editora, 1933.
Fonte:
Cardoso, Rafael;O Design Brasileiro antes do design: Aspectos da historias
gráficas, 1870 – 1960; p. 198; 2006.
Capa e miolo de Santa Rosa, 1933.
Fonte: Cardoso, Rafael;O Design
Brasileiro antes do design: Aspectos da historias gráficas, 1870 – 1960; p.
199; 2006.
Capas de Santa Rosa, 1934.
Fonte:
Cardoso, Rafael;O Design Brasileiro antes do design: Aspectos da historias
gráficas, 1870 – 1960; p. 202 e 203; 2006.
Capa do pintor pernambucano
Manuel Bandeira, homônimo do poeta, bastante Semelhante à produção de Santa
Rosa na Época, 1932.
Fonte: Cardoso, Rafael;O Design
Brasileiro antes do design: Aspectos da historias gráficas, 1870 – 1960; p.
206; 2006.
Capa, olho, folha de rosto e paginas do miolo projetada
por Santa Rosa para o livro de Raul Bopp em 1933.
Fonte: Cardoso, Rafael;O Design
Brasileiro antes do design: Aspectos da historias gráficas, 1870 – 1960; p. 206
e 207; 2006.
À partir 1935 Santa Rosa artista
múltiplo que era foi contratado por Jose Olympio para trabalha de produtor
gráfico, mais o produtor gráfico de hoje em dia, que só acompanha o produto
gráfico e sim como um design gráfico, um design de livros responsável por
projetar fontes, a mancha de texto e as capas,
na “casa” modo como chamava sua editora. Esta etapa da vida de Santa
Rosa foi uma etapa diferente, a qual ele teve que submeter seus trabalhos e
criações plásticas que antes eram desinibidas, a planejamentos editoriais,
levando em consideração custo e padronização. Dai iniciou este trabalho
propondo um padrão para a editora, padrão que vigorou de 1935 a meados de 1934,
onde Santa Rosa concebe uma variante ate no ano seguinte. 1940 ele atualizou o
projeto, criando um novo padrão e este vigoraria para mais 10 anos. Ao iniciar
seus projetos de capa de livros para a Jose Olympio tinham como características
um plano uniforme de cor, retangular, deixando uma borda branca. Centralizados,
ostentavam no topo o nome do autor, da coleção (quando era o caso), o titulo
vinham em destaque, o gênero literário (romance, contos e etc.), no meio, um
quadro contendo uma ilustração, e por fim na parte de baixo a assinatura da
editora. Como mostra as imagens abaixo:
Capas de Santa Rosa para a Jose Olympio
na fase inicial de seu trabalho para a editora (1935 a 1939).
Fonte: Cardoso, Rafael;O Design Brasileiro antes do design: Aspectos da historias gráficas, 1870 – 1960; p. 210 e 211; 2006.
Estes projetos tornou-se em
solução bem econômica para a Jose Olympio, que no inicio de suas atividades
mandava compor e imprimia o texto em São Paulo, na Empresa Gráfica da Revista
dos Tribunais, uma das herdeiras dos parque gráfico montado por lobato na
década anterior.
O primeiro livro projetado por
Santa Rosa para a Jose Olympio foi o Moleque
Ricardo, de Jose Lins do Rego, editado em 1935 com uma tiragem de 3 mil
exemplares. Jubiabá, de Jorge Amado, e Curiango, de Afonso Schmidt, ambos de
1935, vem exemplificar o padrão da editora para a literatura brasileira, e
ambos com tipos modernos, com serifas lineares, desenhadas para o titulo. o
evidente desalinhamento da letra A na palavra “curiango”, toda em maiúsculas e
itálico, incomoda o olhar atual.
Santa Rosa ainda elaborou um
sistema de identidades visuais para a editora, em que cada título de
determinada coleção era projetado com as mesmas características dos demais,
acompanhado ainda o projeto maior adotado em todos os livros da editora, ele
usa um logotipo como uma assinatura do editor ou usava as iniciais LJOE(Livraria
José Olympio Editora). A solução encontrada por Santa Rosa quando entro na
editora de propor padrões para os projetos gráficos conseguiu expressar tanto
modernidade quanto brasilidade ao mesmo tempo, que lhe fez obter resultados
estéticos surpreendentes para seu tempo.
A partir de 1938 desenvolveu uma
variante que continuou a ter a capa impressa em duas cores, utilizando o branco
do papel como uma terceira cor. Continuou com sua preferência pelo título
desenhado à mão, geralmente em Bodoni, trazendo um estranhamento pelo contraste
entre o d desenho severo de letra e sua humanização pela irregularidade do
traço, criava assim uma ligação com a ilustração, de traços modernistas, que
apresentava uma pequena cena do romance. Mais a inovação principal foi ampliar
a ilustração e o capado de cor, que passou então a ocupar toda a capa. Deslocou
a imagem, que continuou contida num quadrado, para a parte de cima. Manteve a
característica, que adotou desde os primeiros projetos, de dar destaque máximo
ao titulo da obra, como elemento tipográfico de hierarquia mais alta. Santa
Rosa, que colocava seu sobrenome na ilustração das chapas que fez para Ariel,
passou a assiná-las com suas iniciais, SR, e mais tarde passou a usá-las só
raramente. Como mostra a imagem abaixo:
Capa de Santa Rosa, projeto que desenvolveu a partir de 1938, com ilustrações maiores e mudança na posição dos títulos.
Fonte: Cardoso, Rafael;O Design Brasileiro antes do design: Aspectos da historias gráficas, 1870 – 1960; p. 214 ; 2006.
Dois romances que tinha sido
lançado em 1930, foram apresentados ao público sob esse novo projeto com
ilustrações maiores e algumas pequenas mudanças, mais ainda continuava um
projeto bem parecido que utilizara antes em “Memórias do Carcere” por volta de
1953. Como mostra as imagens abaixo:
Capas de Santa Rosa, 1953.
Fonte: Cardoso, Rafael;O Design Brasileiro antes do design: Aspectos da historias gráficas, 1870 – 1960; p. 215 ; 2006.
Em seu trabalho no livro “Vidas
Secas” seu desenhos era influenciados pela xilogravura popular e mantinha o
tipo com serifas lineares, nos quatro volumes da derradeira obra de Graciliano
optou pelos tipos fantasia Bold em vermelho destacando-se do fundo amarelo, com
imagens e textos em preto como mostrou as imagens acima. A solução adotada por
Santa Rosa de uma abertura de uma janela para imprimir as ilustrações, solução
esta que por muito tempo utilizou, foi abandonada. Seu traço era arredondado
nas primeiras ilustrações, como em “cacau” 1932, tornou-se áspero e anguloso,
mais de acordo com a admirável prosa árida do escritor alagoano.
Em 1952, escreveu Roteiro de Arte um dos volumes da
coleção caderno de cultura, do Serviço de Documentação do Ministério de
Educação, Santa Rosa expôs como coebia a ilustração editorial, ressaltando a
relação estreita entre texto e a imagem.
Após a segunda guerra mundial finalizado o
estado novo, uma nova geração de escritores ganhavam o cenário literário
brasileiro a chamada “Geração de 45”. Em seus 30anos Santa Rosa ainda jovem
conseguira projeção e respeito de sua geração, o que lhe possibilitou ser
chamado a fazer parte do júri da Divisão Moderna no Salão Nacional de Belas
Artes. Em seu ateliê na Rua Santa Luzia, no centro do Rio, próximo a vários
prédios importante da cidade como o ministério da cultura, Teatro municipal,
Biblioteca Nacional, e editaras e jornais importantes a época, onde tornou
ponto de encontro para discussões sobre arte e política, sempre ao som de boa
musica. Em 1946 começou então a se interessar pelo ensino, coordenou o curso de
Desenho e Artes Gráficas da Fundação Getúlio Vargas, e em 1953 lecionou na
Escola de Belas Artes, assumindo no mesmo ano o Departamento de Teatro do Museu
de Artes Modernas do Rio de Janeiro. Essa passagem pelo mundo do ensino
coincide com uma mudança estética que operou tanto nos projetos que continuou a
assinar para José Olympio como naqueles que fez para outras editoras. Os
projetos de Santa Rosa Também Serviu
grandes poetas como Carlos Drummond, que teve sua obra A rosa do povo editado
pela José Olympio em 1945.
Capas de Santa Rosa para a José Olympio na década de 1940
Fonte: Cardoso, Rafael;O Design Brasileiro antes do design: Aspectos da historias gráficas, 1870 – 1960; p. 218 e 219 ; 2006.
Entre
as experiências de Santa Rosa no decore da década de 1940, uma das mais
consagradas de sua carreira foi a de projetar e ilustrar com águas-fortes uma
das edições de luxo – a de Espumas
Flutuantes, de Castro Alves – da coleção da Sociedade do Cem Bibliófilos do
Brasil, Empreendimento voltado para colecionadores sofisticados, teve o mérito
de estimular a ilustração de livros e valorizar a gravura artística. Publicou de
1943 a 1969 cerca de 23 obras para a sociedade. No inicio da década de 1950,
Santa Rosa descobria um interesse ainda
maior do que já tinha pelo teatro. Mas mesmo assim continuou até 1954
colaborando com editora de José Olympio, que a esta época iniciou um face de experimentação,
típicos desse tempo que era projetado coloridos, que tomam a pagina toda com
desenhos graúdos, como Sagarana de João Guimarães Rosa, de 1951 e dois anos
depois, Cangaceiro, de José Lins do Rego, e Lampião, de Raquel de Queiroz. Estes
últimos trabalhos são de uma temática tão semelhante e soluções bem diferentes,
nos quais não foram utilizadas a serigrafia, técnica que então se
popularizando. Ele ainda foi nomeado para o Serviço de Documentação do MEC para
cuidar das duplicações oficiais, Santa Rosa acompanhou a “linha mais sóbria” da
Coleção Documentos Brasileiros da José Olympio. Ele preferiu por ficar a cargo
de criar capas Clássicas, com vinhetas diminutas no fundo branco do papel para
identificar as coleções, emprestando dignidade aos projetos que passavam pela
imprensa Oficial.
Conclusão
Por fim vimos que os trabalhos de
Tomás Santa Rosa, ao longo de toda a sua carreira, foi de uma importância imensa
para a revolução da estética do livro nacional. Sendo assim um dos maiores
editores e produtor gráfico, que através de seu auditadíssimo e imensa inteligência
conseguiu chegar a cargos de destaque, e a leciona e a coordenar o curso de
Desenho e Artes Gráficas da Fundação Getúlio Vargas, trabalho com grandes nomes
da literatura de Brasileira da época com Carlos Drummod de Andrade, Castro
Alves entre outros. Sem duvidas Santa Rosa foi um dos maiores Designers Gráficos
modernistas do Brasil, e seus estilos influenciou estética visual dos livros de
sua época e que ele era um idealizador, um design a frente de seu tempo.
outro trabalhos de Santa Rosa:
Capa e folha de rosto (com destaque para o nome de Santa Rosa) 1948.
Fonte: Cardoso, Rafael;O Design Brasileiro antes do design: Aspectos da historias gráficas, 1870 – 1960; p. 222 e 223 ; 2006.
Miolo com ilustração de Santa Rosa Histórias da velha Totônia, de José Lins do Rego, 1936.
Capa de Santa Rosa, 1953.
Fonte: Cardoso, Rafael;O Design Brasileiro antes do design: Aspectos da historias gráficas, 1870 – 1960; p. 226 e 227 ; 2006.
Capas de Santa Rosa para Sagarana, 1951 e Lampião, 1952.
Fonte: Cardoso, Rafael;O Design Brasileiro antes do design: Aspectos da historias gráficas, 1870 – 1960; p. 230 e 231 ; 2006.
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