Art. Déco - Edificio Acaica Belo Horizonte MG

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ART. DÉCO
Art. déco foi um movimento popular internacional de design que durou de 1925 até 1939, as artes decorativas, a arquitetura, design de interiores e desenho industrial, assim como as artes visuais, a moda, a pintura, as artes gráficas e cinema. Este movimento foi de certa forma, uma mistura de vários estilos e movimentos do início do século XX, incluindo construtivismo, cubismo, modernismo, Bauhaus, art. nouveau e futurismo. A sua popularidade na Europa foi durante os picos dos loucos anos 1920 e continuou fortemente nos Estados Unidos através da década de 1930. Embora muitos movimentos de design tivessem raízes em intenções filosóficas ou políticas, a art. déco foi meramente decorativa. Na altura, este foi visto como estilo elegante, funcional e ultramoderno.

Representou a adaptação pela sociedade em geral dos princípios do cubismo. Edifícios, esculturas, joias, luminárias e móveis são geometrizados. Sem abrir mão do requinte, os objetos têm decoração moderna, mesmo quando feitos com bases simples, como concreto armado e compensado de madeira, ganham ornamentos de bronze, mármore, prata, marfim e outros materiais nobres. Diferentemente da art. nouveau, mais rebuscada, a art. déco tem mais simplicidade de estilo.

O estilo deve o seu nome à Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris, em 1925.

DESIGN INDUSTRIAL ART. DÉCO

Objetos industrializados há peças feitas artesanalmente em número limitado de cópias. Ao contrário do design criado pela Bauhaus, na art. déco não há exigência de funcionalidade. Ela pode ser vista como uma tentativa de modernizar a art. nouveau.

ARQUITETURA
De forma geral, a arquitetura déco representa certa tendência de passagem entre a arquitetura produzida pelo estilo art. nouveau e do ecletismo para o modernismo. Assim, observam-se elementos de avanço de estilo, com certos comedimentos em relação aos estilos predecessores. Observa-se, por exemplo, uma tentativa de racionalização dos volumes e dos elementos de ornamentação, ainda que houvesse ornamentações pontuais e com materiais que representassem modernidade e que os volumes seguissem a composição tripartite clássica embasamento, corpo principal e coroamento.


BRASIL

No Brasil, se reúne um grande número de exemplares de edifícios art. déco, o próprio Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, no Brasil tem influência da art. déco. A maior estátua art. déco no mundo, construída entre 1922-1931.

A arquitetura art. déco está espalhada por todo o país, mas os principais acervos art. déco brasileiros concentram-se em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia. Há, ainda, importantes exemplos como Campo Grande (com a obra do arquiteto Frederico Urlass), Juiz de Fora (MG) (nos projetos do arquiteto Raphael Arcuri), Porto Alegre, na Avenida Farrapos, Belo Horizonte entre vários outros.



BELO HORIZONTE

Onde o antigo e o novo convivem em perfeita harmonia entre os parques e edifícios da capital. As montanhas e o verde dos parques convivem num clima de perfeita harmonia com os inúmeros edifícios. Essa é uma das descrições mais comuns de quem observa os detalhes paisagísticos de Belo Horizonte, conhecida por receber bem os turistas e aconchegar seus moradores durante os 365 dias do ano. A cidade começou a se desenhar a partir do século XIX com um projeto moderno para a nova capital de Minas. O objetivo era fazer um modelo contemporâneo e eclético que, ao mesmo tempo, tivesse toques dos estilos neoclássico, neo-românicos e neogóticos, o art. déco faz presença impactante.

Um vídeo sobre o Art. déco em Belo horizonte






Este vídeo mostra o que restou de construções Art-Déco em Belo Horizonte. Apesar de ser ainda um número relativamente alto, muita coisa se perdeu ao longo do tempo e a escalada de demolições está a todo vapor. Alguns marcos desse estilo já foram simplesmente varridos do mapa da cidade, outros estão sendo descaracterizados e um pouco disso é mostrado no vídeo.


CONHEÇA UM LOCAL QUE É REFERÊNCIA ARQUITETÔNICA NA CIDADE DE BELO HORIZONTE MG

EDIFÍCIO ACAIACA

Localizado na Avenida Afonso Pena, entre as ruas Espírito Santo e Tamoios, Centro da Cidade de Belo Horizonte, possui 29 andares e é o segundo mais alto de Belo Horizonte. Em estilo Art.-Déco, sua fachada dá destaque às efígies.

Esse gigante foi inaugurado no cinquentenário, e não passa despercebido por aqueles que transitam na Avenida Afonso Pena que também tem outras lindas construções desse período elegante da capital mineira. Do alto do Edifício é possível ver quase toda a cidade. É o prédio mais alto de BH, com 120 metros de altura e 30 andares. Inaugurado em 1943, o Acaiaca foi projetado em formas geométricas pontiagudas e angulares, estilo art. déco, e possui duas faces de índios na fachada, esculpidas pelo engenheiro Luiz Pinto Coelho. Palco de muitas histórias, o edifício já abrigou cinema, lojas de roupas femininas, boate, escola e serviu de também como espaço para a criação de grupos políticos. Hoje o local reúne escritórios de advocacia e de odontologia. O porão, atualmente usado apenas para carga e descarga, serviu como abrigo antiaéreo, já que a ideia era se defender de um suposto ataque alemão à cidade, uma vez que o edifício foi construído durante a Segunda Guerra Mundial.

O edifício já abrigou a TV Itacolomi, na década de 1960, reunia muitos artistas e curiosos, década em que o Acaiaca também tinha uma boate que era frequentada, principalmente, pela alta sociedade e pela classe política. Otacílio Negrão de Lima, então prefeito da capital, era presença confirmada em quase todas as noites. Existia também o Cinema Acaiaca, que tinha capacidade para 900 pessoas, e para o qual se formavam grandes filas de espectadores. No espaço que abrigava o antigo cinema, hoje funciona uma igreja evangélica.

Um episódio obscuro também faz parte dessa história. No mesmo lugar em que era havia alguns ícones socioculturais, no 11º andar aconteceu uma conspiração que ajudaria a colocar o país todo em um período de medo e escuridão. No 11º andar funcionava o Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem, onde no início dos anos 60, a classe empresarial mineira, opositora de Jango se reunia para planejar um golpe de estado, para acabar com a ameaça comunista que acreditavam estar próximo. Os integrantes da reunião do Acaiaca ficaram conhecidos como os “Novos Inconfidentes”. Além disso, a sede mineira do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também funcionaram no Acaiaca, o que tornava o prédio um polo de cultura.

Hoje o que restou é basicamente uma porção de escritórios de advocacia e de odontologia. A história do Acaiaca se confunde com a história da cidade e, os bons tempos ficam apenas na memória daqueles que viveram em outra Belo Horizonte.

Mesmo com toda a especulação imobiliária, passaram-se 60 anos e o Acaiaca é um dos poucos edifícios que se mantém firme e fortes na região central. Talvez pela grandiosidade da construção, talvez pela imagem dos dois índios que o protegem. Seria ótimo ver uma revitalização daquela área central e ter de volta um pouco do glamour dos anos 50.

CURIOSIDADE

O nome Acaiaca veio de uma lenda indígena. Diz a lenda que próximo ao arraial do Tejuco (hoje Diamantina) havia uma poderosa tribo de índios que viviam em constante luta com os tejuquenses, que de vez em quando invadiam o arraial. Perto da taba indígena, numa pequena elevação, havia um belo e frondoso cedro que os índios, na sua língua, chamavam “acaiaca”.

Contavam eles que, no começo do mundo, o rio Jequitinhonha e seus afluentes encheram-se tanto que transbordaram, inundando a terra. Os montes e as árvores mais altas ficaram cobertos e todos os índios morreram. Somente um casal escapou, subindo na Acaiaca. Quando as águas baixaram, eles desceram e começaram a povoar a terra de novos.

Os índios tinham, portanto, muita veneração por essa árvore. Acreditavam mesmo, que se ela desaparecesse, a tribo também desaparecia. Os portugueses que habitavam o arraial, conhecedores daquela crença, esperavam uma oportunidade para derrubar a Acaiaca. No dia do casamento da bela Cajubi, filha do cacique da tribo com o valente guerreiro Iepipo, enquanto os índios dançavam em comemoração, os portugueses derrubavam a árvore a golpe de machado. Quando os índios viram por terra a árvore sagrada ficaram aterrorizados e prorromperam em grandes lamentações, pois, conforme acreditavam, o fim da tribo estava próximo.

Pouco tempo depois da morte da Acaiaca surgiu grande desavença entre o cacique da tribo e os principais guerreiros. A desarmonia entre eles terminou em uma luta tremenda que durou a noite inteira, ficando o chão coberto de cadáveres: ninguém escapou. Nesta noite fatal, uma horrível tempestade caiu sobre o arraial do tejuco, arrancando árvores, rochedos e casas.

No dia seguinte, os tejuquenses, assombrados, não encontraram o menor sinal da Acaiaca. Dizem que foi a partir dessa noite que os garimpeiros começaram a encontrar as pedrinhas brancas, os diamantes, que surgiram dos carvões e das cinzas daquela árvore sagrada. Cajubi ficou encantada em uma onça. Aparecia andando ereta com a cabeça de uma onça e tentava impedir os garimpeiros de coletar os diamantes.

VIDEO





TV Câmera de Belo Horizonte realiza uma matéria sobre o edifício Acaiaca.

FOTOS























Trabalho acadêmico para a matéria de Teoria do Design do professor Júlio Alessi, elaborado pelos alunos da Universidade de Belo Horizonte, grupo Pedra Papel e Tesoura, fazendo parte Laura Luiza, Luiz Eduardo, Pedro Augusto, Rafael Drumond e Tatiane Keila.


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